Conheci uma cidade chamada “IBM Hortolândia”, instalada em um condomínio empresarial batizado de Tech Town, perto de Campinas, no interior de São Paulo. Nesta cidade corporativa de 1 milhão de metros quadrados de área, os habitantes falam oito idiomas, são servidos por 140 linhas de ônibus e contam com uma estação de tratamento de água própria. E isto não é tudo: há agências bancárias, locadoras de veículos e um Centro Esportivo.
Os serviços de telecomunicações e energia elétrica são invejáveis e funcionam nas 24 horas dos 7 dias de cada semana, sem chance para as frequentes panes do sistema nacional. Os principais provedores de telecom oferecem links de 1,5 Tbps (terabits por segundo) com a internet, o suficiente para fazer upload e download de servidores inteiros em questão de minutos. E a central de geração de energia, que só funciona para suprir as falhas do sistema público, pode assegurar o funcionamento da cidade por horas ou até dias.
A “IBM Hortolândia” é uma verdadeira cidade de primeiro mundo, cravada no Estado mais rico do Brasil. Aliás, nem no primeiro mundo vi tanta qualidade e eficiência numa cidade só. E tudo isso para manter e operar 11 datacenters em 4 edifícios independentes, inclusive em termos energéticos, com um total de 7.400 metros quadrados de piso elevado.
O prefeito… ou melhor, diretor do Centro de Tecnologia
O Centro de Tecnologia da IBM em Hortolândia ocupa o espaço da antiga fábrica da empresa, que nos anos 1970 foi instalada no então município de Sumaré. Há 13 anos, o distrito de Hortolândia foi emancipado, tornando-se município. Atualmente, a IBM se concentra em soluções, ou seja, em tudo aquilo que é necessário para fazer com que hardware, software e serviços de TI façam sentido para os clientes. Ou seja, é uma empresa que vende inteligência.
O crescimento da companhia se baseia inclusive no pilar social do tripé da sustentabilidade (social, econômica e ambiental). Afinal, já foram capacitados no Brasil mais de 200.000 estudantes, em função das parcerias com mais de 900 faculdades e mais de 2.000 cursos de especialização técnica.
Plínio Weller Correa, diretor do Centro de Tecnologia da IBM, tem quase que o status de um prefeito, já que é responsável por toda a operação. O executivo concedeu uma entrevista sobre o trabalho realizado em Hortolândia e falou sobre a sustentabilidade ambiental de um datacenter com essas dimensões.
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Ainda sobre sustentabilidade dos datacenters, entrevistei o executivo Roberto Diniz, líder de Serviços para Cloud Computing da IBM. Segundo ele, a contratação terceirizada de datacenters, como no modelo de Cloud Computing, tende a ser sempre mais sustentável, devido à economia de escala. Ouça:
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Oportunidades de negócios com tecnologia
Dados levantados pela IBM mostram que US$ 170 bilhões são desperdiçados em energia elétrica no mundo todos os anos, 60% dos vôos chegam atrasados nos aeroportos do Rio e São Paulo e o consumo global de água cresceu seis vezes desde 1900, o dobro da taxa de crescimento da população humana. Estes são alguns dos dados com os quais a empresa tem trabalhado o conceito de “Um Planeta Mais Inteligente” (clique e saiba mais).
A idéia é utilizar a tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas e reduzir o uso de recursos naturais. Na cidade norte-americana de Albuquerque, a tecnologia da IBM tornou a coleta de lixo mais ágil e integrada, gerando um retorno financeiro de 2.000%. No trânsito, uma solução da companhia ajudou o governo de Londres a gerenciar congestionamentos, reduzindo o o volume de carros ao que era em 1980.
A IBM também auxilia na monitoração das bacias dos rios Paraguai-Paraná, para detectar e resolver problemas na distribuição de água. Além disso, um sistema de monitoração de eletricidade em tempo real, que está sendo implementado em diversos lugares no mundo, ajuda na administração do fornecimento e reduz o custo da energia.
IBM Planet
Presente em 170 dos 192 países do mundo, a companhia faturou no ano passado US$ 99,9 bilhões, o que supera o PIB de muitos países. São 400.000 funcionários ao redor do globo e o nome IBM é hoje a segunda marca mais valiosa do planeta, depois da Coca-Cola e antes da Microsoft. Em termos de capital intelectual, a IBM também é líder, com quase 6.000 patentes registradas.
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