O americano Jeremy Achin e o brasileiro Tom de Godoy (à direita na foto) são cientistas de dados que se tornaram empreendedores. Eles se conheceram na Universidade de Massachusetts (EUA) há 20 anos. Apaixonados pela área de Ciência de Dados, os amigos decidiram estender a parceria para os negócios e fundaram, em 2012, a DataRobot, empresa de Machine Learning automatizada, que utliza sua própria plataforma para criar modelos de aprendizado de máquina em questão de minutos. Jeremy é o CEO da empresa, sediada em Boston, e Tom o CTO.

Os cofundadores da DataRobot foram classificados em 20º lugar no ranking mundial da Kaggle, que atualmente conta com mais de 800.000 cientistas de dados registrados. Hoje, a empresa é reconhecida pela CB-Insights como uma das top 100 mais promissoras na aplicação de algoritmos de inteligência artificial em mais de 25 setores, de saúde a segurança cibernética. Recentemente, a empresa recebeu duas premiações da Datanami – um RCA por machine learning e outro pela plataforma de ciência de dados.

Mesmo fora há duas décadas, Tom é um apaixonado pelo Brasil e está empenhado pra trazer a plataforma DataRobot para o país. No Brasil, a DataRobot é comandada pelo country manager Marcos Hayashi. Um dos principais clientes é a Lenovo, que utiliza a plataforma DataRobot para equalizar a oferta e a demanda semanal dos varejistas por milhares de notebooks da fabricante. “Como brasileiro me sinto no dever de trazer a tecnologia, pois ela poderá representar um grande benefício econômico e social”.

Segundo Godoy, a DataRobot – referência mundial com vários clientes na América do Norte, Europa e Ásia – nasceu de uma competição de ciência de dados da Kaggle. “Jeremy e eu estávamos competindo juntos em 2011, quando tivemos a ideia de lançar a DataRobot. Estava muito claro que todas as empresas estavam gerando muitos dados, mas poucas conseguiam aplicar análises para essas informações. Vimos neste momento a oportunidade para criar uma plataforma que pudesse alavancar a inteligência artificial para automatizar o processo de análise, já que não existem cientistas de dados em quantidade suficiente para suprir a demanda das empresas”, destaca Tom.

Há seis anos, quando a companhia foi lançada, atrair investidores era difícil, pois o conceito de IA ainda era muito novo e poucos acreditavam no aprendizado de máquinas. Em abril de 2013, a DataRobot recebeu investimentos de US$ 3,3 milhões da Atlas Venture, liderada por Christopher Lynch, que agora é o presidente do conselho da empresa. Desde então, a DataRobot levantou capital totalizando, atualmente, US$ 124 milhões de VCs, incluindo Accomplice, NEA, IA Ventures, Intel e outros.

“Com a escassez global de cientistas de dados, a DataRobot oferece uma plataforma de aprendizado de máquina automatizada, focada na empresa, que capacita usuários de diferentes níveis a construir e implementar rapidamente modelos preditivos”, enfatiza o empreendedor brasileiro, que está otimista com a operação no país.

“Nossa tecnologia permite um salto de produtividade e qualidade dos serviços, impulsionado pela inteligência artificial, que pode ser utilizada virtualmente por empresas de todos os setores. Basta haver dados para alimentar o aprendizado de máquina. Projetos que levavam meses podem ser realizados em apenas dois dias”, complementa Tom de Godoy.