Por Marcello Miguel
O mundo está cada vez mais conectado e repleto de tecnologias. Depois da revolução para uso pessoal, agora as empresas já contam com os avanços da Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) para transformar a maneira como desenvolvem suas atividades. Essa evolução tecnológica irá, definitivamente, mudar a forma de trabalho da sociedade como um todo.
Pesquisas apontam que os gastos com IoT passarão de US$ 1 trilhão em 2020, decorrentes de investimentos em hardware, software, serviços, conectividade e segurança. Teremos um crescimento mundial de 15% ao ano e, com isso, tudo estará conectado: equipamentos, máquinas, carros, sistemas de controle, câmeras, medidores.
Para dar conta da nova demanda que irá surgir, a infraestrutura de Telecomunicações, TI e mobilidade crescerá e irá se aprimorar na mesma medida, possibilitando que as ‘coisas’ se falem, troquem informações e aprendam com nossas instruções.
A sociedade caminha rapidamente para um estágio no qual as relações comerciais serão baseadas no consumo inteligente, sob demanda e com transações financeiras por meio de novos dispositivos. Do pagamento na agência bancária, evoluímos para o PC, para o celular e teremos novas opções de dispositivos como os relógios.
As empresas estão se preparando para essa nova jornada na qual a tecnologia será, sem dúvida, a base da transformação da experiência dos clientes, com milhares de dispositivos conectados e se falando entre si. Tudo estará conectado em uma grande rede, trazendo facilidade para a vida das pessoas e uma competitividade sem igual para as empresas.
A Internet das Coisas também revolucionará as indústrias. O conceito de Indústria 4.0 já está sendo aplicado em fábricas dos mais diversos setores, inclusive em montadoras cujos carros já saem de fábrica equipados com chips e com sistemas inteligentes para facilitar a vida dos donos, com troca de informações, detecção de problemas e apresentação de soluções. Das fábricas para as ruas, já é possível sair de uma concessionária brasileira com um carro conectado e com sistemas de controle à distância via celular. Isso é possível graças a soluções de IoT com tecnologia de ponta que contam com infraestrutura de Telecomunicações, TI e mobilidade para suportar o alto volume de dados gerado pelos dispositivos.
Estes dispositivos serão a ferramenta para eficiência operacional, para o rastreamento em tempo real de frotas, gerenciamento do consumo de combustível, controle do desgaste de peças e até monitoramento da conduta dos motoristas. Empresas investirão em IoT para aumentar o controle da produção, reduzir custos e acabar com o desperdício com matéria-prima.
Em breve, as cidades terão que adotar dispositivos e sistemas inteligentes de controle. Será impensável a gestão de uma metrópole sem Internet das Coisas. Ajustes de semáforos para dias de chuva, de alagamentos e de manifestação poderão, por exemplo, ser feitos em poucos segundos ou até mesmo programados para serem aplicados de forma automática. Alertas sobre o uso indevido de recursos, como água e luz serão feitos, também por meio de dispositivos.
Não há dúvida de que a adoção não encontra mais resistência e só traz vantagens. Estará cada vez mais presente nas empresas e na vida de todos. Os impeditivos que tínhamos no Brasil praticamente não existem mais. O País tem uma enorme infraestrutura de telecomunicações e evoluiu muito com novas soluções de TI e mobilidade ao longo dos últimos anos. Prova disso é que temos mais celulares do que habitantes, a taxa de penetração no uso da Internet é alta e a inclusão social do País está acontecendo por meio de smartphones, inclusive para acesso a informações de interesse e pagamento de contas.
O conceito de IoT é extremamente disruptivo e, por isso, muitos especialistas alertam que poderia ser considerado parte de uma nova revolução que vai muito além daquela registrada no século XVIII. Agora, na versão digital, a revolução cria um novo cenário repleto de oportunidades. As empresas que focarem suas atenções nesses novos caminhos sairão à frente do mercado. Sem dúvida, a inovação distinguirá empresas líderes de seguidores.
Em alguns anos não será mais possível pensar em um mundo sem a conectividade trazida pela Internet das Coisas. O que antes parecia impossível, passará a ser rotineiro. Essa evolução impulsionará as empresas a serem cada vez mais inovadoras, atuando na criação de soluções disruptivas que irão continuar a mudar a forma como interagimos. Soluções transformadoras chegarão com mais rapidez ao mercado, revolucionando a forma como vemos o mundo. Os dispositivos inteligentes estão aí para confirmar o pensamento de Warren Buffett: quanto mais você aprende, mais você ganha.
*Marcello Miguel é diretor executivo de marketing e negócios da Embratel
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