O Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo de móveis e eletroeletrônicos do país, acaba de apresentar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seu resultado fiscal do segundo trimestre de 2016.
Graças à combinação da estratégia de digitalização e operação em múltiplos canais com uma gestão de curto prazo pautada pelo controle das despesas, a empresa registrou aumento de participação de mercado, de receitas e viu seu lucro líquido triplicar, em um momento difícil para o varejo brasileiro.
De abril a junho de 2016, a receita bruta do Magazine Luiza aumentou 4,8%, atingindo 2,56 bilhões de reais, na comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro líquido cresceu 243,1%, chegando a 10,4 milhões de reais, ante ao trimestre do ano anterior.
Os números positivos, dentro de um quadro negativo da economia, fizeram com que o Magazine Luiza ganhasse participação de mercado nos três meses. A companhia viu suas vendas em mesmas lojas e na internet crescerem, respectivamente, 2,4% e 33,6%. O aumento expressivo do e-commerce é a maior taxa de crescimento dos últimos sete trimestres. O avanço fez com que as vendas pela internet fossem responsáveis por 23% do faturamento. No primeiro semestre 2016, as vendas e-commerce cresceram 30,6%, comparado ao crescimento do mercado de 5,2% no mesmo período, segundo dados do E-bit.
Desde o início do ano, o Magazine já acumula cerca de R$ 50 milhões em investimentos direcionados para dar suporte à estratégia de transformação digital. Boa parte desse valor foi destinado aos projetos de tecnologia e logística. A empresa inaugurou 25 lojas nos últimos doze meses e deve concentrar as inaugurações deste ano no segundo semestre.
Outros indicadores
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, despesas financeiras, amortizações e depreciações) foi de 163,2 milhões de reais, evolução de 28,9% quando comparado ao resultado obtido no segundo trimestre de 2015. Excluindo as despesas não recorrentes, o Ebtida ajustado alcançou 168,5 milhões de reais e o lucro líquido ajustado totalizou 13,9 milhões de reais. As despesas não recorrentes referem se à adequação de pessoal administrativo.
Segundo dados da pesquisa mensal do comércio publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da consultoria GFK, o mercado de varejo de eletrodomésticou apresentou uma queda de cerca de 10% no período comparado ao crescimento de quase 4% na receita bruta da empresa nos primeiros seis meses do ano, sugerindo que a empresa ganhou participação de mercado em diversas das principais categorias de produtos.
Mais móvel e digital
O aplicativo de vendas para smartphone — desenvolvido no Luizalabs, o laboratório de desenvolvimento e inovação da companhia, e lançado no fim de 2015 — superou os 2,5 milhões de downloads e vem contribuindo para o aumento do índice de conversão das vendas digitais. Hoje, 40% do tráfego da empresa vem dos dispositivos móveis.
Essas ações foram fundamentais para o crescimento do digital, que já representa 23% do faturamento total do Magazine Luiza. O crescimento dos canais digitais de venda é um dos pilares estratégicos para os próximos cinco anos. A digitalização das lojas físicas é outro: até o fim de 2016, todos os vendedores da empresa estarão integrados ao projeto Mobile Vendas. Treinados e equipados com smartphones, esses profissionais reduzem o tempo médio de venda de 40 minutos para 5 minutos.
Eficiente
Para enfrentar um dos períodos econômicos mais difíceis da história recente do país, o Magazine Luiza vem trabalhando, ao mesmo tempo, nas frentes de redução de custos e de aumento das vendas. Um projeto realizado com a consultoria de estratégia McKinsey mapeou as oportunidades de ganhos de participação de mercado por loja, por região e por categoria de produto.
O controle dos custos passou a ser feito com base no Orçamento Base Zero (OBZ) e na Gestão Matricial de Despesas (GMD), implementados com o apoio da consultoria Galeazzi& Associados. Mudanças na estratégia de marketing – com a não renovação de pacotes de mídia nacionais e a adoção de campanhas digitais e regionais – e a negociação de contratos com fornecedores também contribuíram para a redução dos custos. No segundo trimestre de 2016, as despesas gerais e administrativas do Magazine Luiza caíram 2%, em termos nominais. O saldo com os fornecedores também aumentou, em 252 milhões de reais. O avanço desses indicadores contribuiu significativamente para a melhoria do capital de giro.
Olho no financeiro
Em junho deste ano, a dívida líquida ajustada do Magazine Luiza era de 854,3 milhões de reais – uma redução de 352,6 milhões de reais, quando comparada ao mesmo mês de 2015. Assim, a relação dívida líquida ajustada dividida pelo Ebitda ajustado ficou em 1,5 vez. No trimestre, a companhia apresentou melhora em sua geração de caixa operacional, com um resultado positivo de R$ 98,7 milhões. No mesmo trimestre do ano passado, esse número foi de R$ 3,4 milhões.
Luizacred
A estratégia da Luizacred, associação entre o Magazine Luiza e o Itaú Unibanco, é tornar a base de clientes da operação de varejo cada vez mais fiel por meio da utilização do Cartão Luiza. No segundo trimestre de 2016, o faturamento do Cartão Luiza cresceu 8,7% nas lojas do Magazine Luiza. No mesmo período, a financeira Luizacred lucrou 25,2 milhões de reais com ROE de 18,8%.
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