A Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil desenvolveu neste ano a pesquisa “O uso do código de barras no Brasil: empresas e consumidores” em parceria com a consultoria H2R Pesquisas, a fim de medir a relevância do código de barras para o desempenho comercial e de gestão das principais empresas que movem a economia do país. Em 32 anos de aplicação no Brasil e 42 anos no mundo, o código de barras alterou a forma como as informações sobre produtos trafegam e influenciam a automação comercial na cadeia de abastecimento.

No primeiro semestre deste ano, foram entrevistadas 154 empresas de pequeno, médio e grande portes, além de 535 consumidores nas cinco regiões do país. As empresas entrevistadas atuam nos segmentos de mercado: Indústria, Agronegócio e Comércio (atacado e varejo). O universo abrangido pela pesquisa é o de empresas que oferecem produtos da categoria de bens não duráveis identificados por código de barras ao consumidor final.

A base da amostragem reúne empresas que faturam acima de R$ 60 mil ao ano, sendo que a maior parte delas – 32% – fatura entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões ao ano. 10% delas faturam entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões ao ano e 14% faturam acima de R$ 50 milhões ao ano. Em relação ao número de empregados, as que empregam até 100 pessoas somam 61% e as que empregam mais de 100 até 1 mil pessoas somam 30%. Todas elas são responsáveis por fabricar, distribuir e fazer chegar bens de consumo não duráveis ao consumidor final.

Os resultados da pesquisa surpreendem por demonstrarem o grau de maturidade do empresariado brasileiro em relação à automação de processos e à importância que o código de barras assumiu na gestão. Da quantidade de produtos vendidos pelas empresas entrevistadas, 80,65% têm seus produtos identificados por código de barras. Ao considerarmos os aspectos financeiros, este número é ainda maior, as empresas afirmam que 81% do faturamento está atrelado aos produtos com códigos de barras. Em relação à importância do código de barras para a eficiência administrativa e operacional, 92% delas afirmam ser relevante para suas vendas diretas; e 88% alegam que sua gestão é diretamente impactada pelo código.

Varejo forte – O setor supermercadista é um dos mais representativos na economia do país. Em 2014 teve 5,3% de participação no PIB do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). O faturamento do setor em 2014 foi de R$ 294,9 bilhões (+1,8% em relação a 2013). Deste total, estima-se que as vendas efetivadas com base no código de barras no varejo correspondem a R$ 189 bilhões. Excluem-se desse cálculo aproximadamente 20% de alimentos como frutas, legumes e verduras ou lacticínios particionados, com baixo índice de uso do código de barras.

Inovação tecnológica – Entre as empresas entrevistadas, 66% delas acham interessante acompanhar o desenvolvimento tecnológico para estarem em linha com o mercado e o desejo do consumidor. Dentre as empresas que declaram investir em inovação, 27,7% delas investem entre 1% e 2% de seu faturamento em inovação tecnológica. 75% consideram que os padrões sugeridos pela GS1 contribuem diretamente para a inovação.
“De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que todos os processos de identificação de produtos, logísticos e de varejo que foram automatizados ao longo de mais de 30 anos no Brasil influenciaram fortemente o bom desempenho da economia do país” afirma João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.

A GS1 Brasil aponta que a utilização do Sistema GS1:

torna mais eficiente a cadeia de abastecimento
favorece o acesso ao mercado consumidor de grande escala
não há perda de dados de vendas
dimunui a perda de vendas
aumenta a velocidade da chegada dos produtos ao mercado
melhora o relacionamento com o cliente – maior controle dos produtos e maior satisfação do consumidor final
permite o gerenciamento de estoque em tempo real
Consumidores – Como consequência do investimento da indústria e do varejo em automação, a percepção da população fica evidente quando 89% dos entrevistados declaram que usam o código de barras em suas compras no supermercado.

É interessante observar que a tríade (internet/celular e computador) é um hábito adquirido muito recente, mas com importância muito maior para os consumidores que os hábitos antigos e enraizados como o uso do lápis e papel ou TV. Assim, observa-se que o código de barras poderá assumir uma relevância cada vez maior para os brasileiros, principalmente se associado a aplicativos móveis.

O código também está ligado a um item cada vez mais observado pelos consumidores, a data de validade dos produtos, principalmente de alimentos. Das 535 pessoas entrevistadas, 88% desejam que a data de validade deva constar futuramente das informações registradas pelo código de barras. 86% declaram que terão interesse em informações adicionais do produto consultando o código. De acordo com João Carlos de Oliveira, “a GS1 investe há anos em atender esse tipo de demanda com padrões GS1 que permitem o registro de mais dados e informações adicionais em menor espaço, viabilizando ao consumidor acesso a informações num simples toque no celular”.

O uso dos dispositivos móveis e as compras online são lembrados pelos consumidores entrevistados, dos quais 86% alegam fazer compras pela internet, além das compras presenciais no varejo. Ou seja, internet e aplicativos para smartphones já são considerados ferramentas de suporte e estímulo às compras. O conceito de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) está estabelecido definitivamente, haja vista a conexão dos smartphones com outros aparelhos eletroeletrônicos. Os brasileiros têm em média dois outros aparelhos conectados aos seus smartphones!

Nesse cenário futurista, a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil está inserida por meio de serviços web que incluem leitura de códigos de barras tanto os lineares quanto os bidimensionais. Além disso, a tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês), baseada no EPC-Código Eletrônico de Produto, já é uma realidade em vários processos de logística, compras e vendas das empresas. RFID é a tecnologia empregada no self-checkout, por exemplo, em lojas que privilegiam o autoatendimento do consumidor.

“O futuro da experiência de compra está nas mãos do consumidor e quem vai preparar as empresas para atender essa demanda é a GS1 Brasil”, conclui João Carlos de Oliveira.