Por João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Automação
Algumas tecnologias fazem parte do nosso cotidiano há tanto tempo que não paramos para pensar em como seria difícil a vida sem elas. Mas quem viveu a era do consumo até o início dos anos 1980 certamente irá lembrar que, naquela época, filas gigantescas se formavam nos supermercados. No caixa, a operadora precisava digitar os preços manualmente, um a um. Isso porque não havia código de barras. A experiência chegou ao Brasil em 1983 e estabeleceu um novo patamar de consumo. Ajudou a reduzir os custos das empresas, aumentou a eficiência dos preços e de estocagem dos produtos.
A GS1, responsável pelos padrões do código de barras, colocou os ganhos na ponta do lápis em alguns países. Na Espanha, a indústria economizou mais de € 107 milhões nos últimos dois anos com a utilização do código de barras. O benefício também chega ao consumidor. Na Nova Zelândia, por exemplo, a redução de gastos soma US$ 280,00 para cada habitante por ano.
Não é à toa que, por dia, seis bilhões de “bips” da leitura do código de barras são ouvidos ao redor do mundo. E esta evolução é permanente. Atinge desde produtos de consumo até os segmentos mais específicos, como a área da saúde e a da segurança dos alimentos. O GS1 DataBar acompanha todo o caminho do alimento até ele chegar à mesa do consumidor, com dados sobre origem, lote e validade de hortigranjeiros, enquanto o GS1 DataMatrix informa a trajetória de um medicamento, do laboratório farmacêutico à administração ao paciente.
O próximo passo, embora pareça futurista, está próximo de se realizar. O celular já lê códigos de barras e navega na internet, o que permite armazenar listas de compras, obter informações adicionais sobre determinados produtos ou verificar promoções. O projeto está em fase inicial no Brasil, mas logo deverá ganhar escala. O consumidor deve se preparar, pois vem aí uma nova experiência de compra.
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