Resolvi criar uma área editorial nova neste blog, Sustentabilidade. Mas por quê?

Outro dia ouvi um comentário numa concorrente da Rádio Eldorado, em que o jornalista dizia que Cloud Computing (em português, Computação em Nuvem, ou seja, terceirização sob demanda pela internet) seria uma agressão ao meio ambiente. Confesso que recebi a informação com desconfiança, tanto que resolvi apurar a declaração com algumas fontes com as quais já tinha encontros agendados.

A primeira resposta que tive foi de Plínio Weller Correa, diretor do Centro de Tecnologia da IBM, em Hortolândia (SP), que argumentou que a economia de escala de um datacenter que pode ser contratado sob demanda tende a ser muito maior do que a de uma estrutura privada. Mais alguns dias se passaram e conversei com outro executivo Roberto Diniz, líder de Serviços para Cloud Computing da IBM, que confirmou a tese de Weller Correa.

Estas duas entrevistas podem ser ouvidas no seguinte link: http://netpress.com.br/tiparanegocios/?p=820

Também recorri ao Gartner, que demorou um pouquinho mais, mas enviou um estudo brilhante falando sobre sustentabilidade de Cloud Computing, em inglês: Does Cloud Computing Have a ‘Green’ Lining. Na parte intitulada “The Potential for Cloud Computing Being Environmentally Positive”, o estudo afirma que o termo “TI verde” é algo tão incongruente, sem sentido, como um oximoro.

No entanto, o mesmo trecho ressalta que, se o Cloud Computing oferece aplicações de um modo mais rápido, com recursos otimizados e mais eficientes, então, passa a ter mesmo um grande valor em termos ambientais. “Assim, há um potencial de a Cloud Computing garantir um valor adicional positivo à equação relativa ao impacto ambiental (de TI)”, diz o estudo.

Trocando em miúdos, a argumentação oferece uma conclusão semelhante à apresentada pela IBM, mas considerando muito mais variáveis neste estudo completo do Gartner.

Então, recebi nesta semana – por coincidência – mais um estudo, desta vez, da Microsoft, Accenture e WSP Environment & Energy, que apresenta o potencial de redução em emissões de carbono e de energia com a Computação em Nuvem (Cloud Computing). O trabalho conclui que “transferir os aplicativos de negócios para a nuvem pode economizar cerca de 30% em emissões de carbono por usuário. Pequenas empresas podem alcançar até 90% de redução”.

Todos podemos cometer falhas, mas a pior de todas é tirar conclusões sem fundamento.

Estamos atentos!