Por Antonio João Filho, Diretor Executivo Comercial da Embratel para Mercado Financeiro
Poucos setores da economia brasileira cresceram tanto com o uso da tecnologia quanto o financeiro. Quando paramos para pensar em como as movimentações bancárias funcionavam até pouco tempo atrás, é possível perceber quão grandiosa está sendo evolução no segmento. Dos pagamentos e pedidos de empréstimo feitos no caixa das agências aos realizados na palma da mão hoje, por meio de aplicativos, notamos que uma vasta mudança ocorreu nos últimos anos com a entrada dos bancos em um novo ciclo: a transformação digital.
O uso de canais digitais para movimentações bancárias cresceu 30% e os investimentos dos bancos em tecnologia somaram R$ 19,5 bilhões em 2017, segundo dados da Febraban. Sem dúvida, os meios digitais estão otimizando rapidamente a prestação de serviços e evitando o deslocamento de clientes a postos bancários. Agora tudo pode ser feito pelo celular.
Nesse cenário, Nuvem, mobilidade e segurança de dados tornaram-se conceitos do cotidiano das instituições financeiras, que não podem mais pensar em operações e produtos sem considerá-los. Tudo isso para garantir disponibilidade e segurança constantes para clientes que efetuam cada vez mais transações em menos tempo, a partir de diversos dispositivos móveis. Aliás, tempo é algo cada vez mais escasso. Portanto, permitir que a tecnologia esteja presente em todas as transações financeiras, incluindo pagamento de contas e transferências bancárias, é fundamental para instituições que buscam manter crescimento e liderança de mercado, despertando também o interesse do novo público jovem.
Não à toa o mobile banking virou a menina dos olhos do setor. Em 2017, foi o canal mais usado com 25,6 bilhões de transações, o que significa alta de 37,6% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, as transações com Internet Banking aumentaram 2%, chegando em 15,8 bilhões. Os números respondem uma simples questão: por que ir ao banco se você pode pagar a sua conta por aplicativo, estando em qualquer lugar?
O elevado grau de aderência por serviços mobile é, entre outros fatores, resultado do investimento inteligente em inovação e segurança das transações para fornecer uma experiência positiva ao consumidor. O uso cada vez maior de sistemas online mostra a confiabilidade nas plataformas e a facilidade que esses canais de serviços financeiros proporcionam.
Novas ferramentas desenhadas para consumidores on-line surgem a cada dia, a exemplo das pulseiras e adesivos de pagamento, como alternativas ao cartão físico de débito ou crédito. O pagamento por meio da simples aproximação da pulseira à maquininha de cobrança é uma das grandes facilidades para os consumidores agilizarem as transações. A partir dessa recente evolução, percebemos que o céu é o limite quando falamos de transformação digital para instituições financeiras.
O número de adeptos às inovações tecnológicas no segmento vem crescendo, mas a quantidade de pessoas que sequer possuem contas ainda é grande. E isso é uma oportunidade para o setor. De acordo com o Banco Central do Brasil, cerca de 70% da população brasileira fazem uso frequente de uma conta bancária. Os outros 30% não são usuárias assíduas e se mostram um público a conquistar. Esse cenário pode ser um impulsionador do segmento que, ao ampliar o acesso bancário, impulsiona a economia, uma vez que as pessoas se tornam mais aptas a adquirir empréstimos, por exemplo, gerando expansão do consumo, negócios, empregos e riquezas. Com mais uso das contas bancárias, mais investimentos veremos em tecnologia para o segmento, em um ciclo positivo para o País.
O uso de contas só tende a crescer no que depender da digitalização dos bancos. O número de agências digitais aumentou 369% no último ano. Para suportar o crescimento indicado pela Febraban, cerca de 80% dos bancos já investem em tecnologias como inteligência artificial ou computação cognitiva.
A transformação digital é, sem dúvida, um caminho sem volta e de grande importância para o setor. Por isso, os avanços tecnológicos estarão sendo feitos cada vez mais em conjunto, envolvendo instituições financeiras e fornecedores de tecnologia em um trabalho integrado para buscar novas ofertas e soluções de TI e de telecomunicações que sejam disruptivas. Os bancos devem continuar à frente do mercado e impulsionando outros setores a seguirem seu caminho, uma vez que a evolução não pode parar.
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