Felipe Santos (*)

Hoje, as pessoas ficam doentes para ir ao médico, enquanto deveria ser realizado um trabalho preventivo para que elas não precisassem ir ao hospital. “Trabalhamos com o sickcare. Precisamos mudar a mentalidade dos pacientes e profissionais de saúde para alcançarmos o que reconhecemos, de fato, como healthcare”, afirmou Daniel Kraft, responsável pela área de Medicina da Singularity University e fundador da Exponential Medicine, durante sua palestra no SXSW, em Austin (EUA).

Segundo o professor, o conceito de Internet das Coisas (IoT) para o segmento médico já está ao alcance de vários cidadãos, por meio de sensores e dispositivos móveis, que podem gerar insights de saúde, em tempo real, sem a necessidade da presença de um médico. Daniel contou a história de um rapaz que, via Apple Watch, percebeu que seu batimento cardíaco estava alto e procurou o hospital antes que acontecesse um incidente.

Atualmente, as instituições possuem muitos dados, porém a maioria não está centralizada em um único local para que os profissionais tenham acesso a informações macro. “É importante que exista uma convergência dos dados para que se tenha um ganho real na prevenção de doenças”, defendeu Kraft.

O fundador da Exponential Medicine acredita que chegará o dia em que teremos um Index, que vai detalhar o seu estado de saúde naquele exato momento. As soluções de Big Data agirão, através de algoritmos, para que você acesse visualmente dados sobre a sua saúde, de forma que haja preventivamente.

Nos dias de hoje, a transformação digital abre profundas oportunidades de mudanças. Há uma explosão de dados que permite avanços jamais imaginados na medicina. A atual expectativa de vida da maioria da população mundial mostra que a tecnologia é uma aliada importante na longevidade saudável. E o que está por vir com a inteligência artificial pode gerar ainda mais benefícios.

Em sua apresentação no sábado, Michael Dell, fundador da Dell, disse que a resposta para um sistema de saúde mais eficiente é a equação entre humanos e máquinas.

Segundo da IDC, o mercado mundial de solução para a Internet das Coisas deve movimentar US$ 7,1 trilhões até 2020. Na área de saúde, existem muitas tendências desta natureza que tendem a provocar um impacto significativo na saúde e no bem-estar dos pacientes. Com a evolução tecnológica, o número de dispositivos capazes de capturar e ajudar a monitorar sinais de saúde, doenças e características de cada um, individualmente, vem crescendo exponencialmente, o que dá aos médicos condições de realizar diagnósticos e tratamentos com mais agilidade.

Com a combinação de soluções de Analytics, Big Data, Inteligência Artificial, Machine Learning e velocidade de alta capacidade, a área de saúde alcança um novo patamar, que poderá reduzir as idas aos consultórios e hospitais de forma significativa. Quando chegar este momento, podemos dizer que realmente pulamos do estágio de sickcare para healthcare.

(*) Felipe Santos é correspondente da Stefanini no SXSW, em Austin