O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento imparcial em tecnologia, identifica as dez principais formas de financiar a mudança para o negócio digital considerando inúmeras opções disponíveis e que exigem investimentos significativos.

De acordo com a pesquisa do Gartner com CEOs de 2017, 42% desses executivos estão adotando agora uma abordagem com foco no digital para a mudança do negócio ou levando o digital ao núcleo de seu modelo empresarial. Para financiar iniciativas digitais, os CEOs indicam que o maior volume de dinheiro provém de autofinanciamento em vez de orçamentos existentes, uma vez que eles enxergam ganhar receitas em vez de reduzir custos como principal objetivo das iniciativas digitais.

“Isso deve proporcionar aos CIOs (Chief Information Officers) uma pausa para pensar, já que o gerenciamento de TI convencional funciona principalmente com base no uso de orçamentos operacionais. A transformação requer compromisso, liderança, estratégia, tecnologia, inovação e, o mais importante, dinheiro. Este ano e o próximo provavelmente serão o momento certo de sobreposição do ciclo econômico e da oportunidade da mudança de negócio digital. Em dois anos, o crescente custo de capital poderá tornar os investimentos estratégicos mais caros e lidar com a recuperação digital mais difícil”, afirma Andy Rowsell-Jones, Vice-Presidente e Analista Emérito do Gartner.

As dez principais formas de financiar a mudança para o negócio digital são:

1) Autofinanciamento interno: a receita digital paga

Isso só funcionará para projetos de curto prazo para obter retornos de receita imediatos, como campanhas de marketing digital ou recursos de aumento de preços para produtos digitais. Essa abordagem precisa de uma clara atribuição de receita e é boa para o crescimento contínuo e progressivo, mas não funcionará para mudanças disruptivas no mercado.

2) Dentro dos orçamentos existentes

Pode funcionar para mudanças de negócio digital relativamente superficiais ao longo de dois a três anos, se os orçamentos forem saudáveis, já substanciais e precisarem de redução. Não é bom para uma transformação rápida, pois pode frear o negócio existente.

3) Investimento de reservas

Reservas são a parte do lucro retido para reinvestimento interno com o objetivo de ajudar o negócio em momentos difíceis, nos quais a disrupção digital e a perda de mercado podem se encaixar. Se as reservas são saudáveis, é possível acelerar a transformação digital com baixo impacto financeiro nas operações atuais.

4) Aumentar orçamentos relevantes e cortar outros

Essa opção requer uma compreensão muito clara de como o crescimento do negócio digital irá substituir a desaceleração da organização. É útil que o negócio digital seja reconhecido e entregue na mesma estrutura corporativa para a mesma base de clientes, mas não é apropriado para movimentos de adjacência ou para uma reinvenção radical da indústria.

5) Aumentar orçamentos relevantes e reduzir lucros

Relevante para mudanças estratégicas profundas e longas, exigindo uma explicação clara e cuidadosa aos investidores. Pode ser mais fácil se um concorrente disruptivo perigoso tornar a necessidade de transformação mais óbvia para todos ou para empresas privadas ou familiares com horizontes de planejamento de longo prazo e com menos proprietários para convencer.

6) Novas conexões ou capital social dos investidores

Se a transformação digital requer um investimento pesado e de vários anos, o capital novo poderá precisar ser aumentado. Pequenas empresas com taxas de crescimento mais rápidas podem ampliar o capital social dos investidores ao emitirem mais ações. As companhias maiores maduras com forte reputação podem aumentar o capital de dívida pela emissão de mais contratos corporativos.

7) Pedir empréstimo de capital aos credores

O capital de empréstimo é geralmente de prazo menor, mais organizado de forma tática e ajuda a preencher lacunas decorrentes da transformação digital. Normalmente, está disponível apenas para situações de risco mensuradas convencionalmente descritas em vez de ações empreendedoras especulativas ou situações de reinvenção da indústria.

8) Introdução de elementos extrapatrimoniais

Outra opção é colocar tudo ou parte do novo produto, serviço ou atividade digital em uma sociedade fictícia separada com investidores, beneficiando experiências “arriscadas” ou “incomuns”. Isso é útil para cultivar ecossistemas e startups digitais trabalhando com Capitais de Risco (VCs – Venture Capitals) e incubadoras como cofundadores, bem como para consórcios da indústria.

9) Retirada de Investimento

Quando a disrupção digital é séria em uma indústria, uma estratégia pode ser vender unidades de negócios legadas no início para compradores que estão felizes em usá-las em seus anos de declínio. Os recibos de capital das retiradas podem então ser usados para ajudarem a financiar o crescimento de novos empreendimentos digitais e fluxos de receita.

10) Vendas de ativos

Alguns recursos que foram úteis no passado, mas que têm menor relevância no negócio digital, podem ter um valor de mercado para outros. Ter um ciclo de ativos físicos antigos para pagar pelo crescimento digital pode funcionar onde a “desmaterialização” está em jogo.