A tendência de análise de dados interfere cada vez mais nos resultados das vendas. Os maiores varejistas do país já usam o big data e o analytics para determinar suas estratégias de negócios e ganhar competitividade frente à concorrência. Daí a importância de toda cadeia de abastecimento gerar valor com a informação. Um exemplo para ilustrar é a constatação da GS1 do Reino Unido – entidade sem fins lucrativos – de perdas em vendas e erosão dos lucros nos setores de indústria, distribuição e varejo que somaram o equivalente a R$ 4 bilhões, entre 2010 e 2015, devido a falhas nos processos de automação na cadeia de abastecimento. O prejuízo foi causado por ineficiências de processo, duplicidade de informações e soluções alternativas adotadas pelos vários integrantes da cadeia.
No Brasil, a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil – entidade dedicada a oferecer serviços e soluções para varejo, saúde, transporte e logística – mostra durante a APAS Show 2017 como o segmento supermercadista pode padronizar as informações que trafegam por seus sistemas. Os supermercados de todos os portes necessitam de precisão em seus sistemas para controlar o fluxo de pedidos, entregas, estoque e exposição de itens em aproximadamente três mil lojas do país, que se relacionam comercialmente com uma grande quantidade de fornecedores. Como o segmento alimentício é maioria do portfólio supermercadista, informações precisas garantem agilidade e evitam perdas, o que proporciona segurança para o consumidor – principalmente quando se trata de produtos perecíveis.
Informação é um dos bens mais preciosos na era da transformação digital. Por isso, a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil desenvolveu o Cadastro Nacional de Produtos (CNP) ferramenta on-line para o cadastro e o gerenciamento de informações para proporcionar boa visibilidade às empresas que buscam transparência e segurança aos processos.
O CNP pode ser usado por pequenas, médias e grandes empresas de qualquer segmento. “Pelo fato de ter a informação cadastrada em um único local, a indústria pode utilizá-la para assegurar dados uniformes a todo o mercado, sem correr o risco de ter o cadastro administrado por terceiros, já que é ela mesma que identifica e coloca informações sobre o seu produto”, explica João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.
A falta de uma linguagem padronizada pode gerar falhas tanto de fornecimento quanto de recebimento. Um cadastro sincronizado significa redução de custos, de tempo e, ainda, a melhora no relacionamento entre varejo e fornecedor, de maneira que os parceiros de negócios se concentrem na estratégia de vendas. “Com significativa participação na economia e nas oportunidades de trabalho, o setor supermercadista reflete o empenho do varejo em se adaptar a novas realidades e impulsionar a retomada do ritmo de negócios no país. Portanto, a GS1 Brasil tem como meta contribuir com essa vertical do grande varejo para que os sistemas proporcionem mais produtividade, redução de custos e satisfação do seu público-alvo”, afirma Oliveira.
Para o varejo, o CNP é uma ferramenta eficiente para aprimorar a gestão e alimentar o cadastro interno com as informações dos itens já inseridos na ferramenta e utilizar a descrição detalhada do produto no cupom fiscal, assim como nas etiquetas das gôndolas. O consumidor, por sua vez, é beneficiado com informação correta daquilo que está adquirindo. No sistema, é possível obter características detalhadas inseridas pelos fabricantes, com a descrição específica de um item, a marca e até mesmo um link para direcionar ao site do produto ou da indústria.
Toda cadeia de abastecimento pode acessar esse banco de dados online e integrar as informações ao seu sistema de automação. Está integrado ao Serviço de Verificação Global de Autenticidade de Prefixos (GEPIR) para verificar a autenticidade do número do código de barras de produtos do mundo todo.
Comments