O número de pessoas que utiliza seus dispositivos móveis para acessar a internet na América Latina crescerá cerca de 50 por cento até o final desta década, revela um novo estudo da GSMA. A previsão é que até 2020 a região tenha uma adição de 150 milhões de novos assinantes de internet móvel, alcançando assim um total de 450 milhões. Esse aumento estimulará o crescimento econômico, a inovação e a inclusão digital. O novo relatório “A Economia Móvel: América Latina 2016” foi apresentado durante a conferência “GSMA Mobile 360 – Latin America”, que se realiza nesta semana na Cidade do México, reunindo os principais executivos da indústria móvel de toda a região.

“O rápido crescimento do número de assinantes de internet móvel experimentado pela América Latina nos últimos anos contribuiu para o desenvolvimento de uma ‘economia de aplicativos’ para os setores de conteúdo e comércio móvel, uma vez que tem incentivado um ambiente próspero para as startups”, observou Mats Granryd, diretor geral da GSMA. “Isso se deve, em grande parte, ao fato de as operadoras móveis locais terem estimulado com sucesso a migração dos assinantes para os smartphones e para as redes de banda larga móvel, apesar de enfrentarem, simultaneamente, pressões concorrenciais e regulatórias cada vez mais fortes em vários mercados da região”.

A região com o segundo mais rápido crescimento da mobilidade no mundo
A América Latina experimentará um forte crescimento de usuários até o final da presente década, à medida em que mercados grandes como Brasil, Colômbia, México e Peru agreguem milhões de novos assinantes à sua base de usuários. A previsão é que o total de assinantes móveis únicos na região subirá de 414 milhões no final de 2015 para 524 milhões em 2020. Esse crescimento converterá a América Latina na segunda região de mais rápido crescimento global no período, superada apenas pela África Subsaariana. Prevê-se que a penetração de assinantes móveis aumentará de 65 por cento da população regional em 2015 para 78 por cento em 2020. No entanto, os níveis de penetração variam bastante na região, onde países como Cuba apresenta hoje uma penetração muito baixa (28 por cento) e outros, como Argentina, Chile e Uruguai, alcançam uma penetração superior a 90 por cento.

A adoção de smartphones na América Latina aumentou acentuadamente nos últimos anos: no final de 2015 representava metade das ligações regionais . Espera-se que a região adicione 262 milhões de conexões de smartphones na região até o final da década. A adoção contínua é estimulada pela queda dos preços de smartphones e por uma crescente variedade de terminais de médio e longo alcance. Os smartphones também estão impulsionando a migração para redes de banda larga móvel 3G/4G. Os contínuos investimentos em redes 4G pelas operadoras tornaram a cobertura 4G disponível para 60 por cento da população latinoamericana atualmente, e espera-se que chegue a 80 por cento no próximo ano.

A contribuição da indústria móvel para o PIB, o emprego e o financiamento público
O uso de tecnologias e serviços móveis em toda a América Latina e Caribe gerou US$ 255 bilhões em valor econômico, o equivalente a 5 por cento do PIB da região . Espera-se que esta contribuição chegue a mais de US$ 315 bilhões em 2020, ou 5,5 por cento do PIB esperado. O ecossistema móvel da região também gerou cerca de 1,9 milhão de empregos em 2015 e contribuiu com US$ 40 bilhões para o setor público, via tributação geral. Esta contribuição não inclui receitas do governo levantadas por meio de leilões de espectro, que totalizaram quase US$ 450 milhões em 2015. O investimento total das operadoras móveis da região será de mais de US$ 76 bilhões em Capex entre 2016 e 2020.

“O novo relatório da GSMA destaca o aporte socioeconômico da indústria móvel aos mercados da América Latina, o que estimula o círculo virtuoso que reduz a pobreza, melhora a infraestrutura e os serviços, e aumenta ainda mais o acesso e uso da Internet”, acrescentou Granryd. “Para continuar com esse crescimento, a indústria móvel e os governos devem trabalhar em conjunto para derrubar as barreiras que representam um obstáculo à inclusão digital nas áreas de cobertura de rede, acessibilidade, competências digitais e disponibilidade de conteúdo local relevante.”
Granryd continuou: “O próximo desafio é a modernização dos marcos regulatórios existentes para facilitar o crescimento dos serviços móveis futuros, promover o investimento da indústria e maximizar as oportunidades futuras a serem geradas pelo ecossistema digital em benefício das economias latinoamericanas. O desenvolvimento desses novos ecossistemas é impulsionado pelas pequenas e médias empresas locais, que necessitam de maior conectividade para desenvolver conteúdo, aplicações e soluções de valor agregado, que estão transformando a vida dos consumidores e das empresas, em toda a região.”