O comércio ilegal de mercadorias no país atinge diretamente os cofres públicos, a produção da indústria nacional, o nível de emprego e, consequentemente, a segurança do consumidor. Afinal, nunca se sabe se os produtos que chegam ilegalmente às mãos do público têm procedência idônea e se não vão causar danos à saúde e à integridade física.

Os sistemas de rastreabilidade desenvolvidos pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil e orientados aos seus associados ajudam o país a evitar problemas como esses. Segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo-Fiesp, produtos ilegais movimentam anualmente R$ 782 bilhões no Brasil, equivalentes ao porte da 17ª maior indústria nacional. Além da diminuição da carga tributária, a linha de trabalho da Fiesp defende que a rastreabilidade das mercadorias seria de grande contribuição para a defesa do consumidor e a manutenção dos níveis de emprego e de produção.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, em março deste ano, Ricardo Coelho, diretor do Departamento de Segurança da Fiesp afirmou que “com a rastreabilidade, o consumidor passa a ser parte da cadeia de monitoramento da mercadoria; no Japão, foi criada uma comissão para tratar de rastreabilidade como uma forma de melhorar o desempenho econômico do país”.

Rastreabilidade – Mais do que rastrear cargas, a importância do sistema de rastreabilidade, quando bem orientado, é permitir que todos os elos envolvidos em uma cadeia de abastecimento tenham conhecimento da origem de produtos. Só aquilo que está identificado pode ser rastreado. A rastreabilidade é um processo no qual é possível conhecer todo o caminho que um produto percorreu na cadeia de suprimentos. Do campo até o consumidor. As informações sobre a procedência e a idoneidade dos produtos começam a ser inseridas na origem. Tudo se inicia com a identificação do produto. Portanto, empresas que enviam e recebem cargas de alimentos, medicamentos ou qualquer outro produto têm informações precisas da sua procedência desde a matéria-prima até a chegada ao consumidor. A Associação Bras ileira de Automação-GS1 Brasil é a responsável por certificar os códigos de barras dos produtos. E é a numeração do código de barras que serve como referência para o princípio do processo de rastreabilidade.