O mercado de serviços de TV Paga não-linear e de vídeos online ainda é visto como pouco significativo no Brasil. No entanto, atrai cada vez mais usuários devido à facilidade gerada pelo streaming e preços mais acessíveis. O Brasil está entre os países que mais crescem em consumo de vídeos online, com taxas maiores que Reino Unido e EUA. Isso mostra a rápida mudança de comportamento do brasileiro com relação ao consumo de conteúdo, em que o imediatismo e a conveniência são atributos essenciais. Apesar dos jovens estarem encabeçando esse movimento, ele já não está mais restritro à essa faixa etária.
‘’A melhoria da qualidade da banda larga, com grandes investimentos em fibra óptica ocorrendo no último ano no país, mostra-se um grande condutor de serviços OTT e de aplicações interativas para a TV,’’ afirma Carolina Teixeira, Consultora de Telecomunicações. Segundo o estudo FTTH in Latin America da Frost & Sulivan, o Brasil vai chegar a 1,3 milhão de usuários de fibra até 2017 e 22.6 milhões de acessos 4G. ‘’Além disso, vivemos uma fase de explosão para dispositivos conectados e inteligentes, como SmartTVs e equipamentos de streaming como a AppleTV e inúmeros que surgem no mercado a todo momento, como set-top boxes da Roku, Cisco e outros,’’ adiciona Teixeira.
A cada ano aumenta o número de TVs conectadas fabricadas e, com a Copa do Mundo e Olimpíadas chegando ao país, a expectativa de vendas desses equipamentos é maior ainda. Tablets e Smartphones também são dispositivos cada vez mais utilizados para o consumo de conteúdo online, e a expectativa é que o crescimento de Tablets no Brasil entre 2012 e 2014 seja de 80%, segundo estimativas da Frost & Sullivan.
‘’Nesse contexto, o conteúdo on-line e não-linear está ganhando espaço: observamos cada vez mais empresas utilizando vídeos online como foco das suas estratégias de marketing.’’ destaca Carolina. Estimativas da Frost & Sullivan apontam que globalmente os gastos publicitários com vídeo online em 2014 podem chegar a US$ 50.6 bilhões, e a tendência deve se repetir no Brasil, onde serviços de streaming como o Netflix vêm crescendo assustadoramente. A fabricante de TVs japonesa Sony, por exemplo, já divulgou que os aplicativos do Youtube e do Netflix são os favoritos entre suas SmartTVs (1).
Além disso, a expectativa da Frost & Sullivan é que, em 2017, 35% das receitas de TV paga no Brasil venham de serviços não-lineares. A exemplo de provedores como a Globosat, criando suas próprias soluções como o Muu e Telecine Play, as operadoras de TV também já lançaram seus OTTs, como o Vivo Play, ClaroVideo, SKYOnline entre outros. Isso mostra a força que este segmento vem ganhando no mercado.
A consultora acredita que ainda há espaço para crescer e muitas oportunidades. No entanto, já existe um ambiente competitivo neste mercado, além de uma ameaça às operadoras de TV paga linear. Os chamados “cord-cutters”, que são os usuários que cortaram o “cordão umbilical” da TV paga linear e passaram a consumir conteúdo online, via a assinatura de alguma solução over-the-top, já estão crescendo bastante nos EUA e não deve demorar até se tornar uma tendência forte no Brasil.
‘’Contudo, ainda existem fatores importantes para essa massificação no território brasileiro, como a qualidade das redes de banda larga, onde a velocidade média ainda é muito baixa, a qual influencia diretamente a qualidade dos streamings e na satisfação do usuário, além de mais interatividade e integração, via mídias sociais e outros canais,’’ conclui Carolina.
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