Silvio Meira lança livro no Observatório Softex

Um acordo de intenções para a integração de esforços para o desenvolvimento e o acompanhamento de um projeto-piloto de implantação de Cidade Digital em um município da região de Campinas foi firmado na tarde de 31 de outubro, pela Associação para Promoção da Excelência do Software (Softex); o Núcleo Softex Campinas; e o CECOMPI (Centro para Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista), instituição que acolhe o Cluster TICVALE, de São José dos Campos, durante o II Encontro do Observatório, promovido pelo NISB/Observatório Softex, unidade de inteligência, estudos e pesquisas da entidade.

O objetivo é transformar esse projeto-piloto em um modelo de referência em nível nacional em três aspectos: realização de ações conjuntas entre instituições públicas e privadas; colaboração no desenvolvimento e oferta de soluções por empresas brasileiras de diferentes portes; e monitoramento das ações realizadas e mensuração dos impactos alcançados para o município e para os participantes.

“As entidades darão suporte a este piloto, acompanhando o seu desenvolvimento e colocando a sua expertise e programas a serviço da iniciativa. Também é uma forma para fomentarmos a participação das pequenas e médias empresas (PMEs) nacionais do setor na oferta em TIC para Cidades Digitais”, explica Virgínia Duarte, gerente do NISB/Observatório Softex.

Edvar Pera Jr., coordenador-executivo do Núcleo Softex Campinas, destaque que “o acordo marca uma iniciativa pioneira de atuação conjunta entre as empresas das duas cidades, contanto com o apoio das prefeituras e também da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O sucesso do projeto-piloto será fundamental para a obtenção de recursos, que financiarão o desenvolvimento das tecnologias para cidades inteligentes no longo prazo.”

Para Marcelo Nunes, coordenador do Cluster TICVALE, “o esforço conjunto e a seriedade com que o assunto está sendo tratado por estas organizações nos permitiram estruturar este termo de cooperação e envolver apoiadores importantes para a construção deste projeto-piloto que, a meu ver, é de extrema importância para a consolidação do conhecimento sobre soluções de Smart Cities pelas empresas nacionais de TIC”.

Por Karen Kornilovicz

II Encontro do Observatório reúne 80 pessoas em discussão sobre cidades digitais

Uma análise em profundidade dos desafios e das oportunidades da TI no desenvolvimento de cidades digitais brasileiras foi o tema escolhido para nortear o primeiro dia do II Encontro do Observatório Softex, evento promovido pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), em Campinas (SP), no dia 31 de outubro. Com palestras proferidas por especialistas na área, o evento reuniu aproximadamente 80 pessoas.

Em sua mesa de abertura, o encontro contou com a presença do presidente da Softex, Ruben Delgado; Marcelo Oliveira, assessor técnico da Secretaria de Política de Informática (Sepin) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Fábio Pagani, presidente da Informática de Municípios Associados S/A (IMA), representando também o prefeito de Campinas; José Henrique Damiani, diretor do Planejamento Estratégico e Informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de São José dos Campos; Samuel Ribeiro Rossini, secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Prefeitura de Campinas; Irecê Kauss, chefe do Departamento de TIC do BNDES; e Claudia Mouro do Sebrae-Campinas, que representou a presidência do Sebrae-SP. Na ocasião, André Von Zuben, vereador e presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal de Campinas, que também compôs a mesa, anunciou que o Núcleo Softex Campinas irá integrar o Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia da cidade.

O urbanista e arquiteto Carlos Leite, que possui cerca de 15 anos de estudos em cidades digitais, abriu a programação de palestras. Em sua apresentação, Leite afirmou que a chegada da Tecnologia da Informação e Comunicação no ambiente urbano é inevitável, poderosa e gera inúmeros negócios. “A urbanidade agrega valor e um pacote de tecnologias controlando toda a complexidade urbana é muito bem-vindo, pois com ele as cidades tornam-se eficientes”. Ele executa, há dois anos e meio, um trabalho na favela paulistana de Heliópolis, cuja população é de 100 mil habitantes distribuídos em um espaço de um milhão de metros quadrados. Segundo Leite, a periferia registrou mudanças de ganhos sociais nos últimos anos com a chegada de ONGs, do microempreendedorismo e a mudança notável no perfil de sua população.

Em sua apresentação, o prefeito de Aparecida, Márcio de Siqueira, detalhou a parceria firmada entre o município, que conta com 37.900 habitantes, e a empresa EDP, para colocar na prática o conceito de “Cidade Inteligente” do ponto de vista energético. As ações permitiram reduzir os gastos públicos e dos cidadãos com energia, a partir da conscientização da comunidade e de ações diretas como distribuição de lâmpadas mais eficientes e de menor consumo e de kits de chuveiros híbridos, que também usam energia solar. “Não se pode dissociar os investimentos que realizamos em TI da pessoa, do cidadão”, comentou, acrescentando que o objetivo final deve ser sempre melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Na sequência, Jamile Sabatini, diretora de Inovação e Fomento da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), chamou a atenção para o fato de que, se, em 2007, 50% da população estavam nas cidades, em 2050 este número subirá para 75%, o que obrigará os centros urbanos a repensarem seus modelos de planejamento. “As prioridades passam a ser melhoria dos serviços públicos e o desenvolvimento sustentável, e o modelo atual, centrado no carro, deve dar lugar a outro, tendo como foco as pessoas”.

Após José Vidal Bellinetti, diretor do ITS, ter analisado o tema “Cidades Inteligentes: muito além das aplicações”, Ivan Boscariol, do Instituto Tellus, falou sobre a importância do uso da internet como instrumento complementar na formulação de políticas públicas. Ele apresentou a e-Você, uma plataforma online que reúne propostas da população para contribuir com o desenvolvimento da cidade de Campinas. Baseada em inovação aberta, a plataforma possibilita que os cidadãos participem do Governo de forma online, dividindo suas ideias e contribuindo para a resolução de um desafio. O primeiro desafio lançado na plataforma foi ligado à saúde pública, e registrou 94 mil acessos e 113 propostas.

A programação da tarde foi aberta com Fabio Pagani, da Informática de Municípios Associados S/A , lembrou que o aumento continuo da densidade populacional dos grandes centros urbanos complica a tarefa de ajustar a infraestrutura das cidades que crescem desordenadamente. Entre os desafios que devem ser enfrentados por esta cidade, que é o sétimo PIB do país, Fabio citou a criação de uma cultura colaborativa; adoção de medidas para desafogar os grandes centros; captar e entregar informações locais e cidades que compõem uma região, dando o exemplo de um carro que é roubado em uma cidade e encontrado em outra. Outros desafios citados foram dar transparência às ações do Governo, modernizar a gestão pública, capacitar o cidadão e cuidar da sustentabilidade das cidades digitais, gerando soluções viáveis e criativas. Finalizando, ele lembrou a necessidade de criar processos e políticas publicas adequadas, fazendo a cidade acessível a todos, otimizando recursos, como energia, água, tempo e dinheiro.

A Identificação por Radiofrequência (RFID) e suas aplicações no contexto de cidades inteligentes foi o tema abordado por Manoel Barbin, sócio diretor da TIC em Foco. De acordo com ele, esta tecnologia não tem seu uso disseminado no país, pois, embora o custo das tags seja acessível, o valor dos leitores são altos, exigindo um grande investimento e dificultando sua implantação em micro e pequenas empresas. Atualmente, no País, o RFID é aplicado em fábricas, pedágios, segurança, pecuária e transportes. Em seguida, Fernando Nery, da Módulo Solutions, abordou soluções para cidades digitais, destacando o que é feito em termos de grandes eventos, como a visita do Papa ao Rio de Janeiro e o planejamento para a realização da Copa do Mundo de Futebol no país. “A discussão hoje é como a tecnologia pode melhorar a vida na cidade”, resumiu.

Em sua participação, Carlos Fress, especialista em projetos de TIC da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), conduziu a palestra “Estratégias governamental para cidades inteligentes”. Em sua visão, cidades inteligentes agregam TIC e há um mercado atrativo nesse aspecto com muitas empresas investindo nele. Além de abordar questões relacionadas à área de energia e redes elétricas, Fress apresentou o projeto nacional Siniav, que permite a identificação de veículos através de um chip em todo o território brasileiro, possibilitando aos órgãos de trânsito fiscalizarem a frota nacional com o objetivo de evitar roubo e furto de veículos e cargas, controlar o tráfego e controlar a velocidade média, entre outras ações.

O primeiro dia do II Encontro do Observatório Softex foi marcado pela assinatura de um acordo de intenções voltado à integração de esforços para o desenvolvimento e o acompanhamento de um projeto-piloto de implantação de Cidade Digital em um município da região de Campinas. O acordo foi firmado pela Associação para Promoção da Excelência do Software (Softex); o Núcleo Softex Campinas e o Cecompi (Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista), instituição que abriga o Cluster TICVALE, de São José dos Campos. O acordo tem por objetivo transformar esse projeto-piloto em um modelo de referência em nível nacional em três aspectos: realização de ações conjuntas entre instituições públicas e privadas; colaboração no desenvolvimento e oferta de soluções por empresas brasileiras de diferentes portes; e monitoramento das ações realizadas e mensuração dos impactos alcançados para o município e para os participantes.

Por Mário Pereira e Larissa Canova

Silvio Meira lança livro em Campinas durante II Encontro do Observatório

O segundo dia do Encontro do Observatório, que abordou o tema “Academia-Empresa e Mercado de Trabalho e TI: Construindo uma proposta para o futuro”, foi marcado pelo lançamento do livro “Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil”, de Silvio Meira. A publicação aborda, entre outros aspectos, as dificuldades que existem no país para se fazer negócios.

Pesquisador brasileiro da área de Engenharia de Software, considerado pela revista Info Exame uma das cem pessoas mais importantes da TI no Brasil, o professor Silvio Meira também conduziu uma palestra sobre os efeitos das ondas de inovação na destruição e criação de trabalho e empregos.

De forma criativa, ele apresentou o que aconteceu do ponto de vista da inovação nos últimos 200 anos, relatou dados de uma pesquisa sobre os trabalhos que estão em risco nos Estados Unidos, destacando a função de programador de código que, segundo o levantamento, tem 48% de probabilidade de desaparecer. Na visão de Silvio Meira, as empresas e as pessoas precisam de fato aprender, desaprender e reaprender. “Seja qual for o mercado no qual a companhia atue e, por mais que ela esteja aparentemente protegida, o mercado está em constante transformação”, lembrou.

Realizado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), o evento promoveu por meio de palestas e mesas de debate a discussão de temas primordiais para o desenvolvimento do setor de software e serviços de TI brasileiro. O último dia do II Encontro do Observatório Softex contou com as apresentações de Santiago Ceria, diretor da Fundación Sadosky; Milton Mori, diretor-executivoda Agência de Inovação INOVA/Unicamp; Victor Mammana, diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI); Roberto Mayer, diretor da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação – Regional de São Paulo.

Por Larissa Canova