Os bancos, no Brasil, são parte da solução, não do problema. O crédito bancário teve grande contribuição para o crescimento da economia brasileira nos últimos anos, disse Murilo Portugal, presidente da FEBRABAN, durante a abertura do maior evento de tecnologia bancária da América Latina, o CIAB 2013.
Segundo Portugal, a expansão do crédito deve-se a uma conjunção de fatores, como a redução da dívida líquida do setor, que entre 2002 e 2013 caiu de 60% para 35% do PIB. Mas não só isso: a redução do risco de inadimplência, resultado de medidas institucionais, de caráter macroeconômico, também contribuiu decisivamente para a expansão do crédito”, avaliou.
Essa evolução permitiu a redução do spread, que é essencial para atender as demandas de um novo mercado, resultado do surgimento volumoso de novos clientes nos últimos anos: em 2005, eram 88 milhões; em 2012, 128 milhões. “O custo vai continuar diminuindo para pessoas físicas e para empresas produtivas”, declarou Portugal. Para ele, agora o setor bancário tem novos desafios: aumentar a eficiência para reduzir os custos e desenvolver financiamentos de prazos mais longos. Ainda temos uma cultura muito ligada à indexação, mas os bancos brasileiros estão sólidos e preparados para a demanda de financiamentos de longo prazo que irão ajudar no desenvolvimento econômico e social do País.
Tecnologia impulsiona bancarização no País
A tecnologia exerce um papel fundamental no crescimento do setor bancário e principalmente na inclusão financeira dos brasileiros, os brasileiros estão cada vez mais conectados e utilizando os serviços bancários pelo celular, isso é um benefício seguro que traz comodidade para a população”, avalia Guilherme Afif Domingos, Governador do Estado de São Paulo em exercício, que participou da abertura do CIAB FEBRABAN 2013 na manhã desta quarta-feira (12).
De acordo com Luis Antônio Rodrigues, presidente do CIAB 2013, para atender ao crescimento do mercado, as instituições financeiras investem pesadamente em tecnologia, a taxas superiores a 12% ao ano desde 2008. O investimento em 2012 foi de aproximadamente R$ 20 bilhões investimento superior a de outros mercados emergentes, como a Rússia e a Índia, disse ele.
O reconhecimento da importância da tecnologia bancária foi ratificado pelo Secretário de Tecnologia e Inovação do Ministério da Ciência, Virgílio Augusto Fernandes Almeida. “A pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias é a mola propulsora do País, incluindo a construção de um sistema bancário moderno”, disse ele, na abertura do CIAB.
O número de contas correntes evoluiu consideravelmente ao longo dos anos, de acordo com a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, em 2008 o número de contas ativas era de 118 milhões, porém esse número aumentou para 166 em 2012. Os cartões, de modo geral, também ajudaram neste processo de bancarização, pois são uma alternativa ao pagamento em dinheiro e no caso do crédito são utilizados como um meio de financiamento. Ainda conforme a pesquisa, a base dos cartões de pagamento, que inclui crédito, débito e de lojas, era em 2008 cerca de 514 milhões e passou para 750 milhões em 2012.
Lembrando que o brasileiro tem propensão a adotar o uso novas tecnologias, o Secretário apontou o interesse do governo em investir em planos estratégicos para o desenvolvimento da bancarização: é preciso desenvolver aspetos inovadores do setor bancário estimulando a criação de produtos e tecnologia de software de classe mundial”, avalia Virgílio.
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