Quem acompanha os avanços da tecnologia todos os dias, como eu, acaba ficando (um pouco, só um pouquinho) mais exigente do que a média dos outros mortais. Mas hoje eu vi funcionando um aparelho que me fez acreditar que, realmente, estamos no século XXI.

A BlackBerry lançou o BlackBerry 10, que – fazendo uma “brincadeira” com o seu nome – é nota 10 mesmo! Não tem nenhum botão, nem mesmo para ligar; foi pensado totalmente em usabilidade, por isso, só precisa de uma mão para ser operado. É sério, não estou brincando!!!

Para ligar o dito cujo, você escorrega o dedão de baixo para cima na tela de toque e… tchan! ele está ligado. Passa o dedo para a direita e esquerda e mostra tudo o que oferece, todos os aplicativos e um negócio que se chama “Hub”, onde você coloca tudo o que precisa acessar a cada instante: mensagens, e-mails, calendário, agenda de contatos. Sem nada de enrolação.

Outro avanço: o aparelho foi pensado as pessoas deste início de século XXI, que podem ter um emprego numa empresa que usa a comunicação celular por BlackBerry e que, portanto, vão querer usar seu próprio aparelho no trabalho, mas temem ser espionadas pela equipe de TI (Tecnologia da Informação).

Então, o que a BlackBerry fez? Criou uma interface chamada de “Pessoal” e outra nomeada “Corporativa”. Uma não troca informações com a outra e você pode ficar seguro de que ninguém da companhia vai saber se está tentando trocar de emprego via LinkedIn e nem a empresa vai deixar o funcionário circular com informações sigilosas por aí.

Excelente!

E tem mais: as interfaces são espetaculares e o aparelho aprende a escrever com o dono (ou dona). E, se você começar a escrever rápido demais, a ponto de trocar letras e errar contextos, o BlackBerry 10 corrige a frase para você instantaneamente. É um professor Pascoale particular…

Além disso, se no final de um email você costuma escrever algo como “Atenciosamente, Fulano de Tal”, quando você escrever “A”, o aparelho colocará em cima do “A” uma sugestão “Atenciosamente” e se você arrastar a palavra para dentro do texto ele já vai sugerir em seguida “Fulano” e “de Tal”.

Isto é muito bom, muito século XXI mesmo!

Adriano Lino, responsável pela comunicação da Black Berry na América Latina, fez as honras da casa, contou a história da RIM (Research in Motion), criadora do BlackBerry, e explicou por que agora é só BlackBerry. Ou seja, marketing. Nunca fez sentido para mim a BlackBerry ser RIM e vice-versa. Ficava uma coisa duas caras… Agora, beleza, só tem mesmo uma face: a de BlackBerry e com nota. Dez!

O celular será lançado no Brasil no primeiro semestre deste ano. E o preço? Algo em torno de R$ 2.000,00

Anotações que fiz na coletiva da BlackBerry, hoje

Foi fundada em 1984. Desenvolvia projetos para outras empresas. Um dos primeiros foi um leitor de código de barras que ganhou prêmio por inovação.

No final dos anos 90 entrou no mercado de wirelesss – primeiro modem wireless.

Criou o primeiro produto wireless. Um pager dual way que interligava o email
a uma taxa de transmissão de dados de 1,2kbps.

Aprendeu Java e lançou o primeiro produto BlackBerry, o primeiro a usar a tecnologia Java no mundo.

Fomos buscar inovação na academia, fruto de uma relação forte com as universidades.

Surgiu i QNX – um sistema operacional que muita gente usa e não sabe. Está em aviões a jato de grande porte, usinas nucleares, sistemas de controle de trens de alta velocidade e em 60% dos carros dos EUA. Destina-se, então, a aplicações críticas.

BlackBerry 10

Full mobility

Foi criado para as pessoas que querem “get the things done” (tarefas realizadas)

O telefone não tem nenhum botão

O usuário é capaz de operar o telefone com uma mão só

Acorda o device com um só dedo

Tela travada, com acesso rápido à agenda

Peek (espiar) – não precisa deixar a tela que está usando para ver o que está acontecendo em outra app