No Futurecom, na semana passada, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo disse que a implantação do 4G será realizada concomitante à expansão do 3G. “A adesão ao 4G no Brasil será rápida, uma vez que incentivamos a produção nacional de equipamentos, aumentando a produtividade das empresas. Daremos um salto grande em qualidade e investimento nessa área”.
Já o presidente da Anatel, João Rezende, acredita que as projeções do mercado brasileiro mostram vigor para a agenda regulatória de 2013. “Até o fim de novembro será publicado o regulamento da agência para fazer cumprir as metas de tecnologia nacional nos produtos”. Segundo o edital para os leilões das faixas de 4G, até 2018, 20% da tecnologia dos produtos têm que ser nacional.
De acordo com o professor e consultor do Instituto Nacional de Telecomunicações, Arismar Cerqueira, agora que virou uma exigência do governo, as empresas terão que correr contra o tempo e pensar em investimentos agressivos em pesquisa e desenvolvimento nacionais, além da vinda de multinacionais para o nosso território.
“É um grande desafio a exigência de 60% de produtos nacionais entre 2012 e 2014, 65% nos dois anos seguintes e 70% entre 2017 e 2022. Tal medida pode ser considerada excelente do ponto de vista de desenvolvimento tecnológico e capacitação de mão de obra nacional, pois aliado à mesma, o Governo tem aumentado os investimentos em programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), por meio das suas instituições de fomento, tais como FINEP, BNDS, CAPES, e CNPq. Desta maneira, as universidades, os centros de pesquisa e as empresas nacionais poderão capacitar o seu corpo de funcionários e melhorar as suas instalações para desenvolvimento da tecnologia 4G nacional”, explicou. Um exemplo é o Laboratório WOCA do Inatel, sob a coordenação do professor Arismar, onde pesquisam sobre a tecnologia rádio sobre fibra e 4G.
A implantação do 4G ainda sofre com algumas questões: o custo operacional e de infraestrutura, e a interferência eletromagnética. Uma solução pode ser a utilização da tecnologia rádio sobre fibra. “A tecnologia 4G utiliza portadoras de altas frequências para realizar a transmissão em banda larga, o que reduz a área de cobertura quando comparado com as redes atuais de telefonia celular. Desta forma, torna-se necessário a instalação de diversas estações rádio base (ERBs) para cobrir a mesma região, elevando custo e o nível de interferência eletromagnética”, afirmou o professor.
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