O mercado externo de Tecnologia da Informação (TI) do Brasil, que inclui exportações e operações internacionais de companhias nacionais, alcançou US$ 2,65 bilhões, em 2011, com crescimento de 11% em relação ao ano anterior, segundo estudo encomendado pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) à consultoria International Data Corporation (IDC).
A pesquisa aponta que, apesar do crescimento, o mercado externo representa apenas 2,3% do faturamento total do setor (US$ 112 bilhões).
A pesquisa analisou o mercado externo de TI de acordo com quatro categorias: tipo de operação; verticais; região demandante; e tipo de serviço. A segmentação por tipo de operação demonstra que as empresas nacionais responderam por apenas 10% dos serviços exportados em 2011. Já a segmentação por vertical mostra que os setores de TI, manufatura e finanças são os maiores compradores de serviços offshore do Brasil, com 67% da demanda.
Os Estados Unidos possuem alta representatividade no mercado externo de TI do Brasil, respondendo por 81% da demanda de serviços brasileiros. A segmentação por região demandante reflete as estratégias de exportação de TI adotadas historicamente no Brasil e a relevância das empresas multinacionais americanas instaladas no País. “Nós ainda podemos intensificar nossas exportações para a Europa, América Latina e Oriente Médio, com soluções segmentadas em áreas de excelência, como petróleo e gás, serviços financeiros e agricultura”, afirma Antonio Gil, Presidente da Brasscom.
Do ponto de vista dos serviços exportados, 76% são relacionados ao desenvolvimento e manutenção de software e à integração de sistemas. O Brasil está bem posicionado em metodologias de desenvolvimento ágil, uma das principais tendências em desenvolvimento de software. A disponibilidade de profissionais criativos e com bom conhecimento técnico e de negócios, além da proximidade geográfica e de fuso horário aos principais mercados compradores permitem interação em tempo real no desenvolvimento de soluções rápidas e diferenciadas.
“No entanto, outros mercados da América Latina já estão competindo conosco neste segmento. O México, por exemplo, também possui proximidade geográfica e de fuso horário, além de custos totais inferiores e tratados de livre comércio com os EUA”, afirma Sérgio Pessoa, Diretor de Desenvolvimento de Mercados da Brasscom.
O mercado externo ficou aquém das expectativas do setor em 2011, mas ainda assim é expressivo, considerando-se que há alguns anos as exportações brasileiras de TI eram pouco representativas. A valorização do real e os altos custos relativos aos principais mercados competidores foram os principais fatores de contenção das exportações, além da inflação de serviços e os efeitos da crise nos países de economia avançada. Neste quesito, porém, o Brasil segue com grande potencial, dada a excelência técnica e humana em TI, além de inovações em segmentos importantes.
“O mercado brasileiro de TI se caracteriza por soluções sofisticadas que contribuem com a competitividade dos mais diversos setores da economia nacional. No entanto, as nossas soluções ainda não ganharam o mundo. Com as recentes políticas governamentais para estimular o setor, temos a meta de que o mercado externo alcance US$ 20 bilhões em 2022”, afirma Antonio Gil, Presidente da Brasscom.
Dados da pesquisa
Mercado Brasileiro Externo de TI (2011, em milhões de US$)
Serviços: 1.595,14
Software/Serviços relacionados: 492,07
Operações Internacionais: 340,97
Hardware (Abinee): 217,00
TOTAL: 2.645,18
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